
eu Mariano era uma figura interessante,emblemática, folclórica e sempre presente ali no “nosso trecho”. Trabalhou há muito tempo no Instituto de Pesquisa Agronômica (IPA) como o mesmo relatara, e cuidou dos jardins da Gre Sertão do Araripe, sendo um servidor exemplar que aposentou-se com o sentimento do dever cumprido. A velha camisa amarela, lembrança de um militante político fervoroso e apaixonado que sempre contava que tinha se decepcionado e, que essa “cambada de político era tudo igual”.
Sisudo e às vezes bem-humorado, outras vezes não, econômico nas palavras, bom vizinho, querido por todos, vítima dos mesmos problemas que afetam os que não estão na condição de privilegiados deste bendito país, e que precisam do SUS quando são acometidos ou não por uma doença grave, seu Mariano parte aos 91 anos, deixando aquele trecho da Rua 11 de Setembro mais triste e cheio de saudade daquele homem que adormecia em uma cadeira com os pés escorado na árvore que fica de frente à sua casa.
Seu Mariano sempre me contava com tristeza, que suas noites eram de dores intermináveis e dilacerantes e, se ia para um lugar, empurravam para outro, e ninguém se interessava em amenizar o seu martírio, e junto com tudo isso, sofria a família (que é quem sabe as minúcias de como procurar assistência médica, principalmente para idoso em Araripina) os seus amigos, vizinhos, enfim, fenecer para ele, foi o fim do martírio e do sofrimento que o maltratava e o debilitava a cada dia.
Seu Mariano, aquela figura icônica para todos nós, aposentado por tempo de serviço, não foi só um idoso que sofreu acreditando que um dia o SUS teria jeito , mas um araripinense que acreditava numa cidade próspera não só com ruas pavimentadas, com prédios aumentando o desenvolvimento em todas as frentes, mas seu Mariano acreditava numa cidade mais humana e acolhedora, no sentido literal da palavra.
Adeus, Seu Mariano.
Descanse em paz!
Adeus, Seu Mariano.
Descanse em paz!


Postar um comentário
Blog do Paixão